Eu deveria ter escolhido o caminho mais fácil. Hoje eu vejo isso, consigo enxergar todos os meus erros. Eu estudei demais, falei de mais, li livros demais, me preocupei demais. E do que me serviu? Sou obrigada a escutar, todos os dias da minha vida, que a arte não leva a lugar nenhum. Só se você ganha um edital.

Nada mudou nos últimos 500 anos. E tudo piorou depois dos anos 1960. O que importa são números e letras. E para onde foram os sentimentos? Pra onde foi a fruição? Onde se encontra a arte?


E não venha me dizer que ela está dentro de cada um. A cada dia que passa, vejo cada vez mais centros de arte, galerias, críticos, professores e artistas muito mais preocupados com o cheque que receberam no fim do mês do que com o pensamento que andam produzindo. Porque arte é isso: pensamento, sentimento, fluxo de energia. Tudo bem que as pessoas precisam viver, mas eu sinto a arte cada vez mais longe de mim.

E olha que eu estou muito bem localizada. O Rio de Janeiro deve ter mais de mil locais de arte, incluindo centros culturais, galerias, arquivos, escolas de arte, museus... e no entanto, o que eu vejo não faz sentido.


Acho que o Hans Belting estava certo quando anunciou o fim da história da arte. E o outro, que é claro que eu não lembro o nome, anunciou o fim da arte. E eu, nem de longe, culpo os meios técnicos, como muita gente faz. Aliás, eu nem sei o que se passa na cabeça de uma pessoa que aponta uma fotografia ou uma videoarte, com alarde, e diz “isso não é arte”. Faça-me o favor...

Eu culpo as pessoas. Eu culpo cada um de nós e a mim mesma. Deixa-mos “essa coisa de arte” correr tão solta, paralela a todo o resto do mundo, que ela acabou se incorporando ao capitalismo de uma forma tão profunda que agora é muito difícil fazer as coisas fora do “grande circuito”.


Mas é claro que como sagitariana eu também sou uma grande otimista. Apesar de apostar no fim da arte, também acredito em sua ressurreição. E é só por isso que todos os dias encaro a luta do artista independente contra a máquina capitalista. Não se enganem, nem de longe encabeço uma luta pela arte comunista, não sou lá muito chegada do socialismo, e já tive muitos problemas com pessoas ligadas à tais correntes.

Acredito na ressurreição da arte através dos sentimentos, do fluxo de energia e da renovação constante de pensamentos. Acredito numa arte que está muito mais ligada ao inteior do que aos cheques e editais. Espero que o futuro me reserve uma arte acessível a todos, “entendível” por todos, ligada a uma educação formal e que também ajudará na educação pessoal de cada um.

Eu sou uma privilegiada. Tive a oportunidade de estudar a arte, estar muito próxima a ela, bater papo com alguns artistas. Tive a oportunidade de formar artes e por ela ser formada. Passei por muitas crises junto a elas e encontrei meu lugar nesse tal “universo das artes”. E qual é ele? À margem.

Acho que o maior terror de todo escritor é a página em branco. Ela fica lá, te olhando, opressiva e branca, sem nenhum caractere interferindo na sua brancura. Saiba que eu também me sinto assim. E nem sou autora de nada.

Porque, na verdade, todo blog é uma página em branco com tema livre, e você pode fazer o que quizer. Mas e quando não se sabe o que fazer? E quando você se sente ofuscado pelo branco?

É como quando se estava na escola. As aula de redação eram um martírio, mas não pra mim. Entretanto, no dia que a professora disse que o tema do texto era livre, eu fiquei mal. Eu não sabia o que escrever. Me senti tão oprimida pela página em branco que fiquei enjoada e mantive o trauma até um tempo atrás.

Isso me fez adiar a criação do blog por muito tempo. Como eu disse, todo o blog é uma página em branco, e páginas em branco me dão enjôo. Mas eu estou superando. Sim, ando fazendo terapia as custas de você, querido leitor.

Eu sei que eu tenho alguma facilidade pra me expressar com palavras escritas, mas as vezes eu simplesmente não sei sobre o que escrever. Como eu passei um mês sendo oprimida por muitas páginas em branco, escrevendo um projeto, em andei muito enjoada e acabei não postando muita coisa. Além disso, escrever estas coisas não deixa tempo pra nada e, de fato, acabei não fzendo nada de interessante pra contar.

Não vi filmes, não li livros. Só os técnicos... fiquei estagnada num projeto que eu nem sei se será aprovado e que começou exatamente como uma redação de tema livre: com uma página em branco e um enjôo chato.

Mas acho que todo o esforço vale a pena, e depois de alguns remédios pra enjôo e uma mãozinha de pessoas muito especiais, tudo deu certo. O resultado do trabalho ainda demora um mês pra sair, mas ninguém pode me acusar de não ter vencido um dos meus medos. Prometo que conto se for aprovada... tá bom, se não for também.

Acho que é muito importante vencer medos, ou pelo menos é o que os terapeutas dizem. Cada vez que eu faço um post eu venço um medo, e cada vez que eu recebo um comentário eu fico fora de mim de felicidade. Eu sempre achei que seria uma ilustre desconhecida, e continuo sendo. Mas receber um comentário de uma pessoa que eu nem conheço é algo inédito pra mim.

É isso aí. Depois de pouco mais de um mês postando, eu me sinto uma vencedora. Venci o tema livre e a página em branco! Venci o maior medo de qualquer autor. Agora, só me resta vencer meu segundo maior medo: baratas.



E isso aí pessoal! Cumprindo a promessa, e correndo o risco de pagar um mico, irei realizar o 1º Sorteio Fotochocolografia!

Bom, é um kit composto de um livro e seis marcadores.

"Os lugares da crítica de arte", livro organizado por Annateresa Fabris e Lisbeth Gonçalves, é uma compilação de artigos, além de uma bibliografia de referência nos principais cursos de graduação e pós-graduação do país. E, é claro, é muito interessante para qualquer pessoa que se interessa pelo assunto.

Os marcadores são de livros: "O Último Olimpiano", "O Aleph", "Coleção Caça-Feitiço", "Olhos de Falcão", "O Passageio" e "Chico Saber Xavier".

É claro que tinha que ser um livro sobre crítica. Esse aí é muito bom, eu tenho dois e estou sorteando um deles. Além disso, eu juntei esses marcadores pra ficar mais legal.

Para participar, é fácil! Vou seguir o modelo da Sam do Fadas na Janela (valeu, amiga^^).

1- Morar no Brasil ou ter um endereço de entrega daqui;

2- Ser seguidor de @carolzinha.bull no Twitter;

3- Retwittar a frase: #Sorteio Eu quero o kit livro+marcadores que a @carolzinhabull do Fotochocolografia está sorteando! http://kingo.to/ahT

4- São válidos até 10 twittes por dia.

Os twitts são válidos até o dia 02/ 10 começando hoje dia 18/09. E o sorteio será feito pelo sorteie.me.

Você não precisa seguir o site, mas isso pode te dar mais chances de ganhar. Se você adicionar o banner da promoção no seu blog, suas chances triplicam. E aí vai o código:





Participem, twitem e sejam felizes! Se não for pelo livros, que seja pelos marcadores =P

Fazer adaptação já é difícil. Mas fazer adaptação de um livro que faz parte da bibliografia de estudos de uma doutrina religiosa é ainda mais difícil.

Entretanto, Nosso Lar surpreendeu. E no bom sentido. Ouso dizer que é o melhor filme nacional dos últimos tempos. Mas, primeiro, vamos ao enredo.

André Luiz é um médico que leva uma boa vida, tem uma família linda, uma esposa atenciosa, uma casa feliz. Mas, como todo mortal, ele comete algumas 'infrações' de caráter. Além disso, ele tem uma doença da qual ele não se dá ao trabalho de cuidar. Então, um dia desses, a doença piora e ele morre. Só que ele não sabia que sua vida estava apenas recomeçando. Devido a vida que levou, ele passa um tempo no umbral para que possa perceber seus erros, se arrepender e pedir perdão. E no meio de uma oração sincera, ele é resgatado e alcança este lugar chamado de Nosso Lar. Lá, ele descobre que terá uma nova chance de reparar seus erros ajudando a outras almas, e que este trabalho pode render muitos outros frutos.

Eu não li o livro, mas pretendo. Dizem que falta muita coisa no filme, mas isso é normal. Além disso, como sempre, tenho uma impressão de fragmentação da história. Mas isso é problema da minha cabeça. Muita gente que leu o livro e viu o filme gostou muito dos dois, e disse que o filme não perde em nada com o livro, só acrescenta no nosso imaginário belas imagens.

E falando em imagem, vamos falar da fotografia (como sempre) esse filme é um dos mais lindos que eu já vi. Sério! Tem cada cena que vai fazer você ficar de boca aberta também. As imagens deste filme já se fixaram no meu imaginário de céu. Meu céu não é mas o de Dante, mas o Nosso Lar. É claro que grande parte do que se vê é computação gráfica, mas imagina construir tudo? Nem a bilheteria de Avatar ia pagar... e como os brasileiros ainda não aprenderam a prestigiar o cinema nacional, os filmes infelizmente ainda não se pagam com o lucro que deveriam. (Mas, talvez eu pague a minha língua, já que a bilheteria de estréia de Nosso Lar foi muito impressionante!)

Além disso, gostaria de elogiar muito a atuação de todos. Acho que não posso dizer que ninguém estava mau (ou mal?) neste filme. Todos os atores passam muita emoção. Afinal, é isso o que o filme é: muito emocionante.

Nosso Lar, assim como Chico Xavier, veio para atingir um novo filão e fez isso com muito sucesso. Explicando um pouco da doutrina espírita para leigos (como eu), está criando simpatizantes e desfazendo preconceitos.

Ah, é importante lembrar que o livro tem continuação e que a próxima parte do filme já foi anunciado!

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"- Por que as pessoas guardam fotos?

- Pra quê? Só Deus sabe! Afinal, por que as pessoas guardam coisas, tralha, lixo, montes de quinquilharias? Guardam, e é só o que interessa!

- Até certo ponto concordo com você. Algumas pessoas guardem coisas. Outras jogam tudo fora quando estão fartas dessas coisas. Sim, é uma questão de temperamento. Mas agora me refiro especialmente a fotos. Por que as pessoas guardam, especialmente, fotos?

- Como eu disse, porque não jogam as coisas fora. Ou porque elas lhes fazem lembrar...

- Exatamente. Elas lhes fazem lembrar. Agora, de novo, pergunto: por quê? Por que uma mulher guarda uma foto de si mesma quando jovem? Digo que a primeira razão é essencialmente, a vaidade. Foi uma bela moça e guarda a própria foto para recordar-se de como foi uma bela moça. Isso a anima quando o espelho lhe diz coisas pouco palatáveis. Talvez ela diga a uma amiga: "Esta era eu aos dezoito anos...". E dê uma suspiro... concorda?

- Sim, sim, creio que é bem verdadeiro.

- Portanto este é o motivo número um. Vaidade. Agora, o motivo número dois. O sentimento.

- Não é a mesma coisa?

- Não, não, é bem direrente. Pois leva a pessoa a conservar não só a própria foto mas a de um outro... uma foto dafilha casada, quando criança, sentada num tapete em frente à lareira, envolta em tule... muito constrangedor, às vezes, para a pesoa fotografada, mas as mães adoram. E os filhos e as filhas muitas vezes guardam fotos da mãe, em especial, digamos, se a mãe morreu jovem. "Esta era a minha mãe, quando moça".

- Começo a perceber aonde você quer chegar, Poirot.

- E, provavelmente, existe uma terceira categoria. Não a da vaidade, não o sentimento, não o amor: talvez o ódio. O que acha?

- O ódio?

- Sim. Manter vivo um desejo de vongança. Alguém feriu você. Você pode guardar uma foto para recordar, não pode?"

Trecho do livro A Morte da Senhora McGinty, da Agatha Christie. Retirado do livro Sobre fotografia, da Susan Sontag.


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Olá queridos! Que saudades... maa eu andei afastada por uma boa causa. Vocês nem fazem idéia da falta que me faz escrever. Mas, enfim... vamos ao assunto do tópico.

Terminei de ler a trilogia Magia ou loucura tem mais ou menos uma semana. E confeço que o final foi meio inesperado, eu esperava algo diferente, mas valeu a pena chegar até o fim. Bom, vou contar mais ou menos o enredo. A autora, Justine Larbalestier é uma australiana que viajou por muitos lugares do interior de seu país quando criança, e acho que isso meio que deu asas a sua imaginação.

Razão Cansino é uma garota de 15 anos nada comum. A começar pelo seu nome, Razão é muito diferente das adolescentes convensionais: ela nunca foi a escola, nunca ficou mais que dois meses numa mesma cidade, nunca conheceu uma cidade grande. Ela e sua mãe, Sarafina, percorrem todas as cidades do interior da Autrália em busca de oportunidades para ganhar dinheiro e fugindo da matriarca da família, uma bruxa má chamada Esmeralda, avó de Razão. Sarafina passa a vida toda ensinando a filha que magia não existe, que sua avó é uma doida de pedra e má feito o diabo, e que a única coisa que vale a pena é a razão: ciências, matemática...

Entretanto, Razão observa que sua mãe é uma pessoa diferente. As vezes ela tem problemas e sai um pouco de órbita. Infelizmente, um dia Sarafina fica louca de vez e Razão vai morar com sua temida avó em Sidney. Mas ao chegar lá ela descobre que as coisas são um pouco diferentes do que sua mãe havia lhe contado, e Razão começa a questionar pela primeira vez tudo o que havia aprendido. Será que a magia não existia? E se existia, será que era boa ou ruim? Será que ela, Razão, tinha magia? E se tinha, como usar? No meio disso tudo, Razão descobre objetos estranhos pela casa e uma chave que não é de lugar nenhum. Sua avó podia ser boa, ou era má como sua mãe havia lhe ensinado todos estes anos?

Razão descobre que a magia está em todos os lugares, todos os seres, e que terá que aprender a lidar com ela. Se usar muita, morre cedo demais. Mas se não usar, ela pode enlouquecer como sua mãe. Com a ajuda de sua avó, que se mostra muito mais humana do que bruxa, e de seus amigos, Razão irá explorar alguns segredos de família e enfrentas alguns de seus maiores temores.

Confeço a vocês que não é a melhor trilogia que eu já li. Mas é legalzinha... se você não tiver nada de interessante pra fazer, leia esses livros. Não é uma história muito leve e feliz; na verdade ela é meio pesada e dá um pouco de medo as vezes. Mas acho que esse é o grande barato da história: enfim, alguma coisa diferente. Li o primeiro livro e achei ótimo, então li os outros dois pra saber o fim. O terceiro livro é o mais fraquinho de todos, mas foi o que eu li mais rápido. Acho que é porque é o mais tenso dos três.

A história se passa num espaço de tempo bem curtinho, mais ou menos uma semana, e tem poucos personagens, o que ajuda no seu entendimento, já que o enredo em si é um pouco complexo. Alguns capítulos são contados por um narrador-observador, outros contados pela própria Razão. Além disso, as capas são muito fofinhas!!! Ok, ok... confeço que uma parte de mim escolheu o livro pela capa, e outra escolheu por causa do enredo. Mas as duas partes estão satisfeitas de alguma forma.

Era pra eu ter feito este post antes do feriadão e recomendado como uma leitura desinteressada pra um espaço de tempo ocioso. Mas como não deu, recomendo que no próximo feriadão vocês leiam essa trilogia, que eu tenho certeza que vai agradar muita gente.

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