Eu nunca tinha explicado. Mas também ninguém tinha perguntado. E já que me questionaram sobre o nome do blog, aí vai a explicação. Essa imagem aí em cima é uma fotografia do tão adorado (por mim) Vik Muniz. Mas ela não é só uma fotografia. Ela é a reprodução de uma pintura do Fragonard de 1772, feita de chocolate e fotografada pelo Vik. Nela tem tudo: fotografia, chocolate, literatura e uma moça bonita. Tudo que tem aqui!

Então, gostaria de falar um pouco do Vik Muniz pra vocês, queridos leitores homenageados na imagem a cima. Os trabalhos dele foram tema do meu TCC e ainda é objeto de alguns estudos, curiosidades e dinheiro gasto com livros até os dias de hoje. Tudo começou quando fui na exposição que ele fez em 2009 no MAM do Rio. Depois nunca mais consegui esquecê-lo, e ele virou não só meu ídolo, mas também um exemplo de bom trabalho e superação.

Eu sei que muita gente passou a conhecê-lo recentemente também, mas mais pela abertura da novela da Globo e pelo documentário que foi indicado ao Oscar, "Lixo Extraordinário". Mas acho que muita gente não sabe que a capa do CD dos Tribalistas também foi feita por ele. Lá estão Marisa Monte, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes deliciosos, feitos de chocolate. O CD é ótimo, mas sempre achei que a capa fosse algum trabalho de Photoshop até descobrir essa curiosidade.

Essa imagem, e muitas outras, fazem parte de uma série de fotografias intituladas "Pictures of Chocolate" (Imagens de Chocolate), começada 1997. Nele, a maioria das imagens refeitas são pinturas conhecidas, recriadas a partir de calda de chocolate. A série marca dois pontos fundamentais na carreira de Vik: a primeira vez que ele trabalha com fotografia colorida e a busca, cada vez maior, por materiais que traduzissem o sentido da tinta. Além disso, este é mais um trabalho que resgata seu espírito infantil, de uma criança que adora brincar com comida.

O principal motivo que o levou a utilizar o material perecível relaciona-se diretamente com uma justificativa para o ato fotográfico. Sem a fotografia, não seria possível produzir e expor estas obras. Com a calda de chocolate, em especial, o trabalho teria que ser feito muito rápido, pois o material começava a secar e perder seu aspecto brilhoso e de pintura fresca no prazo máximo de uma hora.

Outro aspecto no desenvolvimento deste trabalho foi o tamanho das imagens. Decidido de que esta técnica se relacionava muito com a pintura tradicional, o artista decidiu fazer ampliações enormes, que exigem que o observador se distancie da parede para poder observar a imagem como um todo, ao mesmo tempo em que se necessita chegar bem perto para poder captar todos os detalhes. O contraste entre as duas leituras de uma mesma obra obriga o observador a estar constantemente se aproximando e se afastando das obras, criando algo performático.

Espero que vocês tenham gostado de saber um pouquinho mais sobre o nome do blog, sobre o Vik Muniz, e sobre minha monografia.

Imagens utilizadas: A Leitora, Tribalistas e Pollock.

3 comentários:

Bru Pavan disse...

Carolzinha!
Muito interessante! Nem sabia que essas fotografias foram feitas de chocolate! (Ok, mais uma vez passando atestado de ignorante) Mas adorei! Adorei mesmo! =D
Bjoos!

Grandes Filmes disse...

Muito bom.
Não sabia que a capa do Tribalistas era dele.

Samantha disse...

Amigaaaaaaaaaaa!!
Que linda!!! Como sempre informação de qualidade. Vou admitir que conheço as fotos e o documentário, mas nunca tinha ligado o nome a pessoa.
E não existe material mais gostoso pra fazer os desenhos né!! O cara deve lamber os dedos depois que termina!!

Saudades de ti!!
Milhões de beijos
O layout novo tá lindo demais!!!

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