Muita gente não entende minha introspecção. Descobri hoje com a fala de um colega na pós. Ele disse algo como 'as pessoas a minha volta nem sempre entende porque eu faço a opção de ficar só'. É claro que eu respondi a ele. Pra mim, é algo bem simples. A maioria das pessoas não sabem ficar sozinhas, consigo mesmas, simplesmente porque o silêncio entre ela e ela mesma é muito incômodo. Elas não se sentem bem com elas.

Veja bem, eu nunca tinha parado pra pensar nisso: a sutil diferença entre estar só e sentir-se só. Estar só é algo que eu faço constantemente. Fico por aí, só eu com meus pensamentos, minha vã filosofia, meus estudos, meus livros... claro que, quando estou eu com meus livros, eu nunca estou de fato sozinha. Na verdade, tenho ótimas companhias: Harry, Frodo, Kvothe, Ella, Mia, Eragon, Alice. E esses são só alguns nomes.

Mas eu não sei porque uma pessoa pode se sentir tão incomodada consigo mesma. Sejam por seus defeitos, sejam por seus pensamentos (ou falta deles), eu não entento. Se você não é uma boa companhia pra si, dificilmente será para outras pessoas. Acho, sinceramente, que a pessoa com a qual cada um deveria se sentir mais a vontade é si mesmo. É por isso que não me incomodo comigo: meu silêncio é quase música pros meus ouvidos, é talvez um som que me deize quase plenamente feliz. Sem isso, eu não conseguiria me concentrar. Talvez, o som do vento deja minha maior inspiração.

O problema não é estar sozinha. O problema é se sentir sozinha. A diferença estão nos verbos: estar e sentir são coisas completamente diferentes, se você parar para pensar. É possível se sentir só no meio da multidão do centro da cidade na hora do expediente bancário. É totalmente plausível se sentir solitária num shopping na vespera do Natal.

E eu (e provavelmente você) pergunto: por que? E eu mesma respondo: não sei. No meu caso, a TPM tem uma ligeira influência sobre isso uma vez por mês. Mas sobre as outras pessoas, não faço idéia. As vezes a gente acorda precisando de um abraço, de um bom dia, de uma pequena demonstração de que o mundo não é tão cruel quanto a gente pensa. Só que nada acontece, todos te ignoram e a gente acaba mesmo se sentindo solitário no meio da multidão.

Quando eu fico assim, eu sempre me pego cantando a música "Breath", da Anna Nalick. Pra mim, esta música é o auge de toda a solidão que eu posso sentir, e então eu sigo o conselho que Anna me dá: eu respito, só respiro. Com os olhos fechados, é melhor. Tente você também.

E aí vai um pensamento sobre isso: "Todos os mistérios do homem derivam de não ser capaz de sentar silenciosamente em uma sala isolado". (Blaise Pascal)

Vamos combinar uma coisa: não tenho paciência para novelas. Depois da primeira semana eu já tenho vontade de vomitar. Mas nada me deu vontade de cometer um arakiri antes de Passione estreiar no horário nobre da Globo. Andei assistindo uns capítulos pra tentar entender o que atrai tanta gente nesta novela, mas não consegui.

Se você não teve oportunidade de ver a mais nova pérola da Globo, sorte sua. Se já teve, meus pêsames. Desde O Clone eu não via nada tão ruim. É claro que eu também não vejo as novelas das 19h, que dizem que andam beeeeem fraquinhas.

O duro é que tudo começou muito bem! A abertura de Passione foi feita pelo artista plástico Vik Muniz, meu ídolo primordial, e o Hans Donner, que também é um cara legal. A música, "Aquilo que dá no coraração" é mais uma das poesias cantadas do Lenine. Como eu não baixei o vídeo pro pc, você pode clicar aqui que será redirecionado pra o YouTube pra assistir à abertuda da novela. Mas isso não é mérito nenhum. Geralmente as aberturas da Globo são melhores que suas novelas (menos Caminho das Índias, que me dava uns ataques epléticos).

O elenco é de peso: Tony Ramos, Mariana Ximenes, Rodrigo Lombardi, Carolina Dieckmann, Maitê Proença... e a diva Fernanda Montenegro. Do meu ponto de vista, a para da já começou muito mal, logo na primeira semana. Teve gente envenenada, gente infartada... achei que metade do elenco já ia pra vala logo no começo. Talvez tivesse sido melhor assim.

Queria saber por que o elenco tem que se dividir em maus e idiotas. Sim, porque os bonzinhos desta novela são idiotas. Que tipo de pessoa assina uma procuração pra um cara que ele não conhece só porque se apaixonou pela irmã do cara? Que tipo de mulher acha que o marido foi pro Brasil a mais de uma ano, não recebeu nenhuma carta, e ainda vai pra São Paulo, um estado muuuuuuuuuuuito pequeno (¬¬') para procurá-lo? Sei lá, nesta novela ser italiano é sinônimo de ser idiota.

A única italiana esperta é a Tia Gemma (Araci Balabanian). Infelizmente, ela está cercada de idiotas. Mas, acho que nem eu ia dar muita moral pra ela, afinal ela é a maior mala do mundo. A famosa tia fofoqueira, que se intromete na vida de todos. E daí que estão passando a perna no irmão dela? Isso é problema dele, e não dela! Acho que se ela gritasse comigo como grita com os outros naquela novela, eu ia, no mínimo, deixar ela falando sozinha. Coisa que ninguém da novela nunca fez.

Outra coisa que eu não entendo é essa relação entre a Carolina Dickeman e o Rodrigo Lombardi. Sabe, o Silvio de Abreu conseguiu complicar uma coisa nada haver. Na verdade, acho que um não gosta o suficiente do outro, se não eles já estariam juntos. Sério mesmo! E qual é a do Marcelo Anthony com o computador dele??? Eu tenho medo dele... esse é o triângulo amoroso mais fajuto que eu já vi na vida!

E, pra finalizar, no elenco secundário, tem aquela vó, dona de uma pensão, com sua netinha. Me diz que ninguém nunca reparou que aquela velha prostitui a neta? Me diz que a quela garotinha acredita naquela velha? Me diz que ela não sabe o que é o Estatudo da Criança e do Adolescente? A velha conta cada história da carochinha pra menina, e ela acredita!!!! MEU DEUS, ELAS NÃO TEM TELEVISÃO???

Bom, esses são só alguns pontos que me incomodam profundadamente nesta novela. Tem outros que me incomodam menos, como os sogros de Beth Gouveia ou as falcatruas furadas do Reynaldo Gianechini (escreve assim? nem sem...). Mas seu eub começar a contar tudo não vai ter espaço. É como eu digo: Passione? Haja paciência!

Hoje, vocês ficom com Clarice Lispector: 'Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato. Ou toca, ou não toca'.

Título original: Shrek Forever After
Lançamento: 2010 (EUA)
Direção: Mike Mitchell
Vozes: Mauro Ramos, Fernanda Crispim, Mário Jorge, Alexandre Moreno, Cláudio Galvan, Emília Rey, Isaac Bardavid
Duração: 93 min
Gênero: Animação

Hoje fui ao cinema super empolgada assistir Shrek Para Sempre, a suposta parte final da saga dos ogros. Enfrentei uma mega fila, paguei caro em um ingresso 3D, aturei todas aquelas criancinhas fofas e falantes... e daí? Vamos combinar, poderia ter cido muito melhor.

Primeiro, vamos ao enredo: entediado com sua vida de casado, Shrek começa a ter problemas com a rotina. Ele fica cada vez mais irritado porque acha que está perdendo sua identidade de ogro. Saudoso da época em que metia medo nas pessoas, Shrek conhece Rumpelstiltiskin, que lhe oferece um contrato no mínimo duvidoso. Mas o Shrek, que provavelmente tem alguns problemas com as letras miúdas, assina o papel, e qual não é sua surpresa em descobrir que foi passado para trás. Daí em diante começa sua nova saga para reconquistar o amor de Fiona e salvar o reino de Tão Tão Distante.

O enredo não é nenhuma novidade, mas poderia ter cido mais bem elaborado. Temos os mesmos personagem maravilhosos de sempre, mas desta vez ele se apresentam de outra forma. Afinal, ninguém conhece o Shrek. O problema é que eu acho que o filme perdeu aquelas suas sacadinhas engraçadas e as frases marcantes. É claro que o grande destaque do filme é o Burro Falante, de novo.

Sei lá, não posso dizer que não é um bom filme, mas em comparação aos anteriores ele perdeu um pouco em qualidade e humor. Na verdade, a história em si é um pouco mais dramática, com a coisa toda de perder a família e tal. O roteiro, infelizmente, é meio furado, a graça não aparece como antes, a minha paciência era pouca e eu fiquei um tanto mau-humorada por quase metade do filme.

Sinto dizer que talvez o diretor não tenha cido bem escolhido. O Shrek Terceiro já demonstrava um pouco que o diretor Andrew Adamson fazia falta. O diretos Mike Mitchell chegou com a incumbência de resgatar a reputação da franquia, e também tentar dar continuidade à arrecadação gigantesca nas bilheterias. Infelizmente, não conseguiu. A arrecadação que o filme conseguiu no mundo todo não chega nem próxima à dos filme anteriores.

Mas é claro que nem tudo é ruim! O Burro está lá, como sempre, e ele se basta. Aliás, ele deveria ganhar seu próprio filme. (rs*) Além disso, o Gato de Botas continua uma graça, e neste filme ele tem uns quilinhos a mais e protagoniza cenas super engraçadas (é claro! vamos zoar o gordinho). O Biscoito também é uma comédia por si só, mas não aparece muito neste filme. Seus momentos, como sempre, são marcantes. Além disso, os efeitos de 3D são muito bons!

Shrek Para Sempre é uma despedida, mas está muito longe de ser o merecido adeus do ogro aos seus fãs. Se é verdade que a saga acaba por aqui, eu não sei. Só posso dizer que deixou muito a desejar. Além disso, o filme tem um desafia trava língua: quem consegue falar o nome do vilão Rumpelstiltiskin sem gaguejar?

Fica a disa: vá ver o filme pra ver seu eu estou certa, mas não esper muito e não faça isso só para me provar o contrário.

Hoje deixo vocês com Peter Pan: 'Nunca diga adeus. Porque dizer adeus significa ir embora. E ir embora significa esquecer'.

A exposição "Goeldi: o encantador de sombras está no Centro Cultural dos Correios e vai até ó dia 05 de setembro. Ninguém pode perder esta explosição, ela está demais! E o catálogo é uma graça, e é dado de coração. Além disso, a entrada é franca. Então, não tem desculpa!

Bom, até sábado de manhã eu não sabia que era Oswaldo Goeldi, nunca tinh ouvido falar e até achei que fosse alemão. Mas, ao longo da aula sobre gravura eu pude perceber que Goeldi não só foi um dos maiores gravadores de todos os tempos, mas um dos melhores artistas nacionais que eu já ouvi falar.

Oswaldo Goeldi nasceu no Rio de Janeiro (e não poderia ser diferente) em 1895, mas mudou-se para o Pará. Depois, adolescente e já desenhista, foi morar na Suíça. Durante a Primeira Guerra Mundial, ele foi enviado como sentinela à fronteira da Suíça com a Áustria. Ele entrou e abandonou a escola de engenharia de Zurique e também a escola de artes de Genebra. Acho que a academia em seus moldes neoclássicos era frustrante para uma pessoa cosmoplita como ele.

Mas é claro que isso não o impediu de realizar muitas exposições. Na verdade, como muitas vezes acontece, o reconhecimento de seu trabalho aconteceu primeiro no exterior. Em 1917 realizou sua primeira exposição. Entretanto, isso não foi o suficiente para mantê-lo na Suíça e ele acaba voltando para o Brasil, uma coisa que foi desastroza para ele do ponto de vista afetivo. Por uma lado, acho que ele não conseguiu mais se adaptar à vida em família. Por outro lado, acho que ele pode ter encontrado muita ostilidade em seu retorno.

Além disso, sua arte não foi encarada com bons olhos por aqui. A crítica brasileira o recebeu com descaso. Suas raízes artísticas estavam ligadas ao grupo expressionista alemão, enquanto por aqui tudo era muito centrado nas academias de belas-artes, ligadas ao neoclacissismo. Ele ficou profundamente desacreditado e até tentou voltar pra Europa, mas sua viagem foi ainda mais frustrante e ele, enfim, volta.

A partir daí, ele começa suas experiências com a gravação. E, vamos combinar, ele é o máximo! As características expressionistas estão totalmente de acordo com a temática principal que ele adota: os desgarrados e degradados da sociedade, as paisagens escuras e abandonadas, o mar e os peixes. Sua obra é profundamente marcada por uma atmosfera depressiva de cores escuras e vermelhos marcantes. Com um toque aqui e outro ali, ele transforma a cor em sombra e a sombra em escuridão.

Não posso deixar de dizer que ele fazia desenhos para jornais e ilustrava livros. fez ilustrações para muitas revistas e periódicos, além de criar as imagens que aparecem nas primeiras edições brasileiras de "Humilhados e Ofendidos" (1944) e "Recordações da casa dos mortos" (1945), do Dostoiévski. Do convite a execução, os trabalhos demoraram quase 5 anos para ficarem prontos, isso com ele trabalhando todos os dias sem parar no projeto.

Goeldi foi um ótimo desenhista. Mas foi um excelente gravurista. Em suas mãos, é impossível considerar a xilogravura uma arte menor. Ele foi uma pessoa que viveu para sua arte, sempre aperfeiçoando e melhorando os mínimos detalhes. Eu fiquei muito mais do que impressionada com tudo o que eu pude ver e aprender sobre (e com) ele. Acho que esta exposição pode e deve ser vista por todos. É muito importante prestigiar os artistas nacionais, principalamente os bons.

E, para fechar, a frase do dia será dele. Penso que mesmo com a vida difícil que levou, ele ainda encontrou um espaço para dias de otimismo. Aos 65 anos, já muito debilitado pela doença e tendo que abandonar o seu grande amor, a arte, ele ainda disse: "É verdade que sempre acreditei em contos de fadas".

Imagens:
"Autoretrato" (detalhe), xilogravura, 1950.
"Chuva", xilogravura, 1957.


Fazendo eco com muita gente por aí, resolvi falar do mais nove filme da Saga Crepúsculo: Eclipse. O filme foi lançado no dia 30 de junho. Eu não sou fã da série, mas como uma boa curosa, eu li todos os livros e resolvi acompanhar os filmes. Infelizmente, essa não foi uma das minhas idéias mais grandeosas.

Veja bem, eu fui umas das poucas pessoas que não se decepcionou com o primeiro filme. Eu ainda não tinha ligo o livro e fui no cinema porque ganhei um ingresso. Sinceramente, nem sabia o que esperar. Estava totalmente por fora deste "mega sucesso", ocupada com o final de período e acabei indo ver um filme de vampiro porque: 1) eu adoro filme de vampiro e 2) eu queria ver um filme que não me fizesse pensar. Foi uma ótima escolha na época, exceto por umas adolescente descontroladas. Lembro-me de ter saído do cinema muito satisfeita com o que eu tinha visto.

Daí veio o segundo, mega inovação tecnológica. Posso dizer que gostei bastante dele tamém. Nele o lobinho ganha destaque, e eu confesso que prefiro os morenos. Além disso, a Krysten Stuart mostrou que melhorou sua atuação e o filme segue muito bem, com boas interpretações e eu acredito que a história se sustentou muito bem. No fim, o vampiro magrelo volta das profundezas da Itália. E é aí que o problema começa.

Que me perdoem os fãs do Robert Pattinson, mas ele é péssimo. Sua melhor atuação foi em HP4, quando ele morre. Além de ter um roteiro horrível, o filme conta com uma atuação decadente do ator. Assim como os livros vão piorando, os filmes vão indo pra vala. A mulher escreveu um 1º livro arrebatador, o 2º é legal, mas acaba aí. Daí em seguida ele foi decaindo, decaindo até virar uma fanfic dela mesma. Sabe aquela expressão "A vaca foi pro brejo"? Então, aí está...

Assim como o livro não valeu o que foi pago, o filme não pagou o ingresso. Fiquei impressionada de como o Robert Pattinson ainda não aprendeu a atuar. A Krysten e o Taylor tentam segurar o filme, mas o Pattinson continua sendo a mesma coisa esquisita e inexpressiva que sempre foi. Ma desculpem as fãs (de novo), mas ele é muito sem graça, sem sal, sem açúcar... e de vampiro purpurinado ficou pior. O único papel que ele sabe fazer é dele mesmo.

E também nem sei como um filme tão ruim pode ter sido dirigido pelo David Slade. Ele fez 30 dias de noite, que é impressionante! Daí você vai no cinema esperando ver um filmaço, e vê... enfim, o que eu vi. 30 dias de noite é um ótimo filme de vampiro, com classificação 18 anos, tamanho é a carnificina que acontece. Este eu recomendo!

E ainda vão dividir o 4º livro em 2? Que medo...

Eclipse é muito fraco, e está longe de merecer toda a consagração que vem recebendo. Faturamento não é sinônimo de qualidade, e quanto mais eles estão gastando na Saga Crepúsculo, pior os filmes vão ficando. Sinceramente, a única coisa que me impediu de levantar e ir embora foi meu noivo, que disse que íamos passar pela tortura juntos até o fim, já que eu tinha insistido em ver o filme.

O filme mostrou-se, mais uma vez, infaltil e fraco. E temo que, ao invés de avançar no quezito (ou é quesito? eu nunca sei!) efeitos especiais, ele simplesmente deletou tudo o que se fez em Lua Nova. Acho que o problema da Saga Crepúsculo talvez esteja, não nos diretores, mas nos roteiristas.

A única observação positiva que tenho a fazer, é a trilha sonora. Mas isso não é nenhuma novidade. Eclipse e Lua Nova, do meu ponto de vista, tiveram trilhas alucinantes. E o problema é que eu sou viciada em trilhas sonoras de filmes. A trilha sonora de Eclipse foi composta por Howard Shore, que trabalhou na trilogia de O Senhor dos Anéis, e eu adoro a trilha de SDA.

E agora, o pensamento do dia: "Ou escreves algo que valha a pena ler, ou fazes algo acerca do qual valha a pena escrever." Benjamin Franklin

"― Pode-se dizer muito sobre uma pessoa por seus pés ― refletiu. ― Há homens que entram aqui sorridentes, às gargalhadas, de sapatos bem limpos e escovados e meias cheias de talco. Mas, quando tiram os sapatos, os pés têm um cheiro pavoroso. São pessoas que escondem coisas. Têm segredos malcheirosos e procuram ocultá-los, assim como tentam esconder os pés ―Virou-se para me olhar e prosseguiu. ― Mas nunca funciona. A única maneira de impedir que os pés cheirem mal é arejá-los um pouco. O mesmo pode ocorrer com os segredos. Disso eu não entendo, porém. Só entendo de calçados.

Começou a examinar o amontoado de coisas em sua bancada.

― Alguns desses rapazes da corte chegam abanando o rosto e reclamando da última tragédia. Mas têm pés todos rosados e macios. Logo se vê que nunca foram a lugar nenhum sozinhos. Percebe-se que nunca foram realmente feridos.

Finalmente encontrou o que procurava e segurou um par de sapatos semelhante ao que eu estava usando.

― Aqui estão. Estes eram do meu Jacob quando ele tinha a sua idade. Sentou-se em seu banquinho e desatou os cadarços do par que estava em meus pés. ― Já você ― prosseguiu ― tem solas velhas para um mocinho tão jovem: cicatrizes, calos. Pés como esses poderiam correr descalços pelas pedras o dia inteiro sem precisar de sapatos. Só há um modo de um menino da sua idade ficar com os pés assim.

Levantou os olhos para me fitar, transformando a observação numa pergunta. Assenti com a cabeça. Ele sorriu e pôs a mão em meu ombro.

― E esses, como estão?

Levantei-me para testá-los. No mínimo, eram ainda mais confortáveis do que o par mais novo, por estarem meio amaciados.

― Pois bem, este par é novo ― disse o homem, balançando os sapatos que segurava. ― Ainda não foi usado nem por dois quilômetros, e por sapatos novos como estes eu cobro um talento, talvez um talento e dois ― informou. Apontou para meus pés. ― Esses aí, por outro lado, são usados, e não vendo sapatos usados.

Virou-me as costas e começou a arrumar sua bancada meio ao acaso, cantarolando baixinho. Levei um segundo para reconhecer a canção: Saia da cidade, latoeiro.

Eu sabia que ele estava tentando me fazer um favor e, poucos dias antes, teria ficado radiante com a oportunidade de ganhar sapatos de graça. Mas, por alguma razão, aquilo não me pareceu correto. Recolhi minhas coisas em silêncio e deixei um par de iotas de cobre em seu banquinho antes de sair.

Por quê? Porque o orgulho é uma coisa estranha, e porque a generosidade merece ser retribuída com generosidade. Mas foi sobretudo por me parecer a coisa certa, e essa é uma razão suficiente."

Fragmento do livro "O Nome do Vento", de Patrick Rothfuss, páginas 204 à 205.

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Hoje começei a ler este livro. Bom, não contem pro meu orientador, ele acha que eu já li metade do livro. O que posso dizer deste livro? Ele é mais do que maravilhoso. O autor, Andre Rouillé, é O Cara.

Tinha uns meses que eu não lia nada especificamente sobre a história da fotografia, e etc e tal. Sim, eu me lembro do nome do blog e confesso que ando meio relapsa quanto aos meus estudos sobre fotografia. De qualquer forma, o livro me ajudou a lembrar de várias coisas que vão parar bem no fundo da mente quando a gente não usa com muita frequeência.

Eu não estou apta a dar minha opinião sobre a obra ainda, mas posso escrever um pouquinho sobre ela. O livro se divide em 3 partes: "Entre documento e expressão", "Entre fotografia e arte" e "A arte-fotografia". se você é um leitor voraz como eu, provavelmente dê conta de ler em mais ou menos 5 dias. Se não, vai demorar a vida toda. Porque o livro tem 455 páginas, sem contar o índices temáticos e a bibliografia. Além disso, o autor parte do pré-suposto de que, se você pegou este livro pra ler, você está super-hiper-mega interessado no assunto, em cada detalhezinho que ele descobriu e que, além disso, você já tem algum familiaridade com o fabuloso mundo da fotografia.

Quando eu peguei neste livro pela primeira vez, eu tive uns ímpetos suicídas. Porque faltava uns 15 dias pra eu entregar meu trabalho final na faculdade, o livro era recém-lançado e eu já tinha gasto todo o meu dinheiro com outros livros. Daí acabei ganhando ele de aniversário, mas aí já era tarde pro trabalho final. Felizmente, o livro não fez falta. O que não siginifica que não fará falta agora, na pós, tendo em vista que meu querido orientador disse que ele leitura essencial pra minha área.

Prometo que darei mais detalhes sobre o livro em breve. Por enquanto acho que eu posso dizer que ele é, de fato, indispensável pra quem estuda imagens técnicas. Na verdade, ele também é importante pra todas as pessoas que estudam desing e comunicação, tendo em vista que a fotografia é, sem dúvida, a linguagem mais universal dentro das representações plásticas. O livro vai traçando toda a história da fotografia e as dicussões a cerca do tema desde o seu surgimento, no século XIX, como uma das consequências da sociedade industrial. Além disso, e é o que mais me interessa, discute o estatuto entre a fotografia artística e a arte fotografica, vendo a fotografia não só com fim, mas como meio.

Por enquanto, é isso. Epero que curtam isso aqui como eu curto ^^ E aí vai a frase do dia:

"A fotografia nunca registra sem transformar, sem construir, sem criar." (André Rouillé)

Hum, acho que neste post eu deveria apresentar o blog. Mas eu acho que ele vai acabar se desenvolvendo e se tornando alguma coisa diferente. Sempre que eu planejo demais alguma coisa, ela acaba fugindo do meu controle. Acho que isso é normal.

Então, acho que não custa nada dizer minhas intenções. Queria que este espaço fosse destinado a discutir coisas relevantes para mim, com a participação mais do que especial de todos que entrassem na página. Como é que se pode construir um blog sem público? Acho que tenho um sonho de "ser lida". Veremos se ele se concretiza.

E aí você se pergunta: o que é relevante pra esta cidadã? E eu te respondo: depende. Depende do dia, depende a hora, depende do lugar. Se eu estiver com sono, posso falar do meu travesseiro. Se eu estiver com fome, pode ser que eu conte sobre o programa da Ana Maria Braga. Se eu estiver com TPM, é provavel que eu fale mal de todos os homens do mundo.

Mas é provavel que eu faça aqui alguns exercícios críticos. Porque uma coisa que uma boa sagitariana gosta é de criticar. E minhas áreas para ciriticar são livros, filmes e televisão. Mas não esperem nada muito pofissional ou relevante, eu não sou tão boa assim. Aliás, nem sei se sou boa. Entreguei minha primeira crítica a uma semana atrás lá na faculdade e ainda não recebi a correção. Se eu receber boas críticas eu mostro aqui.

Ah, claro... também vou contar minhas impressões sobre notícias do mundo. Eu não sou nada imparcial, não esperem que eu passe a ser agora. Afinal, eu não sou jornalista da Globo. Eles nunca quizeram me contratar! Aliás, se eu criticar a Globo, isso é normal. Principalmente as novelas. E também porque eles colocam todas as coisas boas bem de madrugada, pra ninguém ver que eles podem produzir programas de qualidade e conteúdo.

Bom, acho que como eu já estou criticando, é melhor parar por aqui. Ah, sim... sempre colocarei uma pérola de sabedoria no post, em algum lugar. Como eu sou um tantinho ironica, pode entender "pérola" do jeito que mais lhe fizer feliz. Então, aí vai algo em que pensar:

"Eu não sou boa nem quero sê-lo, contento-me em desprezar quase todos, odiar alguns, estimar raros e amar um." (Florbela Espanca)

Isso é um teste...

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