Muita gente não entende minha introspecção. Descobri hoje com a fala de um colega na pós. Ele disse algo como 'as pessoas a minha volta nem sempre entende porque eu faço a opção de ficar só'. É claro que eu respondi a ele. Pra mim, é algo bem simples. A maioria das pessoas não sabem ficar sozinhas, consigo mesmas, simplesmente porque o silêncio entre ela e ela mesma é muito incômodo. Elas não se sentem bem com elas.

Veja bem, eu nunca tinha parado pra pensar nisso: a sutil diferença entre estar só e sentir-se só. Estar só é algo que eu faço constantemente. Fico por aí, só eu com meus pensamentos, minha vã filosofia, meus estudos, meus livros... claro que, quando estou eu com meus livros, eu nunca estou de fato sozinha. Na verdade, tenho ótimas companhias: Harry, Frodo, Kvothe, Ella, Mia, Eragon, Alice. E esses são só alguns nomes.

Mas eu não sei porque uma pessoa pode se sentir tão incomodada consigo mesma. Sejam por seus defeitos, sejam por seus pensamentos (ou falta deles), eu não entento. Se você não é uma boa companhia pra si, dificilmente será para outras pessoas. Acho, sinceramente, que a pessoa com a qual cada um deveria se sentir mais a vontade é si mesmo. É por isso que não me incomodo comigo: meu silêncio é quase música pros meus ouvidos, é talvez um som que me deize quase plenamente feliz. Sem isso, eu não conseguiria me concentrar. Talvez, o som do vento deja minha maior inspiração.

O problema não é estar sozinha. O problema é se sentir sozinha. A diferença estão nos verbos: estar e sentir são coisas completamente diferentes, se você parar para pensar. É possível se sentir só no meio da multidão do centro da cidade na hora do expediente bancário. É totalmente plausível se sentir solitária num shopping na vespera do Natal.

E eu (e provavelmente você) pergunto: por que? E eu mesma respondo: não sei. No meu caso, a TPM tem uma ligeira influência sobre isso uma vez por mês. Mas sobre as outras pessoas, não faço idéia. As vezes a gente acorda precisando de um abraço, de um bom dia, de uma pequena demonstração de que o mundo não é tão cruel quanto a gente pensa. Só que nada acontece, todos te ignoram e a gente acaba mesmo se sentindo solitário no meio da multidão.

Quando eu fico assim, eu sempre me pego cantando a música "Breath", da Anna Nalick. Pra mim, esta música é o auge de toda a solidão que eu posso sentir, e então eu sigo o conselho que Anna me dá: eu respito, só respiro. Com os olhos fechados, é melhor. Tente você também.

E aí vai um pensamento sobre isso: "Todos os mistérios do homem derivam de não ser capaz de sentar silenciosamente em uma sala isolado". (Blaise Pascal)

1 comentários:

Samantha disse...

Ah Carol é meio estranho né.
Eu particularmente adoro a minha companhia, adoro ficar sozinha no meu cantinho.
Mas às vezes acho que não sou boa companhia pros outros, de um jeito ou de outro sempre sou deixada de lado e isso me faz sentir sozinha, eu diria que não sou uma pessoa sozinha, mas sim solitária :(
bjks

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