"Idealmente, a educação é uma defesa civil contra as cinzas radioativas dos meios de massa. Mas até hoje o homem ocidental não se educou nem se equipou para enfrentar os meios com suas próprias armas. O homem ocidental não só se mostra entorpecido e vago em presença do cinema ou da fotografia, como ainda agrava a sua inépcia através de uma condescendência e de uma arrogância defensiva despropositais em relação à “cultura popular” e às “diversões de massa”. Foi com esse mesmo espírito de paquidérmica espessura que os filósofos escolásticos fracassaram no desafio ao livro impresso, no século XVI. Os interesses investidos no conhecimento adquirido e na sabedoria convencional sempre foram superados e engolfados pelos novos meios. Seja para efeitos de conservação como para efeitos de mudança, o estudo deste processo, no entanto, mal se iniciou. A noção de que o interesse próprio aguça o olho no reconhecimento e controle dos processos de mudança carece de base, como o demonstra a indústria automobilística. Aqui vemos um mundo de obsoletismo tão condenado à lenta erosão como o foram as empresas fabricantes de caleças e carruagens, em 1915. Será que a General Motors, por exemplo, sequer suspeita dos efeitos das imagens da televisão sobre os possuidores de carro? As empresas jornalísticas também vão sendo minadas pela imagem da TV e pelos seus efeitos sobre o ícone publicitário. O significado do novo ícone publicitário ainda não foi apreendido por aqueles que, sob o seu influxo, arriscam perder tudo. O mesmo se pode dizer da indústria cinematográfica em geral. Essas empresas não são “alfabetizadas” senão em relação às linguagens de seus próprios meios e por isso são apanhadas desprevenidas pelas surpreendentes mudanças que resultam dos cruzamentos e hibridizações dos meios."
Marshall McLuhan. Os meios de comunicação como extensões do homem, página 221.
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1 comentários:
Pois é, falou e disse, a verdade é essa mesma estamos ficando entorpecidos.
Amore agora nâo me bate, eu gostava mais do layout antigo *corre*
bjks ;)
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